terça-feira, 3 de abril de 2012

Paraná orienta profissionais da saúde sobre a coqueluche

 Agência Estadual Notícias

A Secretaria da Saúde divulgou uma nota técnica para orientar os profissionais da área sobre o diagnóstico e tratamento da coqueluche, doença cujo principal sintoma é a tosse comprida. Desde o início deste ano, 114 casos foram confirmados no Estado – a maioria na região de metropolitana de Curitiba. Os hospitais sentinelas (Hospital Pequeno Príncipe e Hospital de Clínicas, na capital, e Hospital Universitário de Londrina) fazem a coleta de amostras dos doentes e de outras pessoas que tiveram contato com os infectados e apresentaram sintomas.

A coqueluche é uma doença infecciosa, transmitida através da fala, tosse e/ou espirro, que compromete o sistema respiratório. Nas grandes cidades, onde normalmente há aglomerações de pessoas, a transmissão ocorre com mais frequência na primavera e no verão. “Não existe uma distribuição geográfica preferencial e nem uma característica individual que predisponha à doença”, afirma superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz.

As crianças menores de um ano, particularmente as que adquirem a doença antes dos seis meses de idade, devem ser hospitalizadas para que o caso não se agrave a ponto de representar risco de vida. Nos adultos, a doença se desenvolve na forma mais amena, não havendo necessidade de hospitalização. “O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são fundamentais para uma boa evolução do quadro”, explica Paz.

Os doentes de coqueluche devem ser mantidos em isolamento respiratório por cinco dias após o início do tratamento. Caso não haja implementação da terapêutica adequada no prazo indicado, evoluindo para o quadro de tosse seca, o isolamento deve durar, no mínimo, três semanas, conforme orientação médica.

A coqueluche é uma doença imunoprevenível, ou seja, que pode ser prevenida com vacina. O medicamento está disponível gratuitamente em todas as unidades básicas de saúde do Paraná. Historicamente, o Estado apresenta altas coberturas vacinais para a coqueluche, com índices acima dos preconizados pelo Ministério da Saúde. Em 2011, a cobertura foi de 99,08%.

Uma das hipóteses para o reaparecimento da doença é que nem sempre as coberturas vacinais, nas faixas etárias recomendadas, são atingidas em 100% das crianças e em determinados municípios – levando a um acúmulo de susceptíveis, que futuramente poderão transmitir a doença.

A maior preocupação é com as crianças menores de um ano de idade, porque o sistema respiratório delas ainda não está totalmente desenvolvido. “Muitos casos notificados são de crianças que ainda não estão adequadamente vacinadas, ou seja, estão com o esquema vacinal incompleto”, explica Paz.

HISTÓRICO – No início da década de 80, foram confirmados mais de 40 mil casos de coqueluche no País. Em 1983, este número começou a cair abruptamente. A partir de 1995, o Brasil passou a registrar cerca 2 mil casos por ano, face à elevação das coberturas vacinais.

SURTO – Recomenda-se que todo caso suspeito de coqueluche seja devidamente investigado, com a adoção das medidas de controle recomendadas. A notificação é obrigatória e deve ser realizada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). O Protocolo de Tratamento da Coqueluche está disponível no site do Ministério da Saúde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário